A evolução da estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN) indica uma preocupação crescente com eventos que poderiam afetar todo o mercado. É nesse contexto que, em 1995, foi criado o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Ele é uma entidade de administração privada que, desde sua criação, ajudou a tornar diversos investimentos mais seguros. Com isso, conhecer sua atuação é importante, especialmente para quem faz investimentos na renda fixa.
Neste guia, você conhecerá tudo sobre o FGC, como ele funciona e quais produtos têm essa garantia. Continue a leitura e saiba mais!
O que é FGC?
O Fundo Garantidor de Créditos é uma entidade que traz proteção aos correntistas e investidores. Na prática, ela permite recuperar créditos em instituições financeiras em caso de falência, intervenção ou liquidação, dentro dos limites definidos.
Para o investidor, o FGC representa a segurança de que suas aplicações estão seguras mesmo em eventos extremos, como a falência de uma instituição financeira. No entanto, embora seja uma instituição privada, ela não possui fins lucrativos.
Portanto, o FGC funciona como uma associação civil, que depende dos aportes mensais de seus associados — bancos e outras instituições financeiras. Eles participam com essas contribuições para garantir um sistema financeiro mais saudável para o país e para os investidores.
Mesmo assim, há diversas regras que limitam a atuação do FGC. Você conhecerá os pontos principais e entenderá, na prática, o que significa o FGC.
Como funciona o FGC?
Além de entender a sigla, você deve saber como o Fundo Garantidor de Créditos funciona. Para que a entidade exerça suas atividades, os associados repassam mensalmente um percentual de suas contas para o FGC.
Em caso de falência ou intervenção em uma instituição financeira, esse montante é usado para quitar o valor devido a correntistas e investidores. Nesse cenário, os investidores têm direito a receber o valor investido mais os juros, observando os limites estabelecidos pelo FGC — que você aprenderá mais à frente.
Partes envolvidas no processo do FGC
Para que o FGC atue e garanta a cobertura ofertada, existem diversas partes envolvidas, cada uma com funções específicas. Primeiro, há o liquidante, que é o responsável por administrar a instituição que será liquidada — ou seja, o banco que abre falência, por exemplo.
Para tanto, ele elabora uma relação com todos os clientes e o quanto têm direito a receber. Já os custodiantes são as instituições nas quais os investimentos se encontram ou foram distribuídos. É o caso de um banco de investimento que negocia títulos de renda fixa.
O banco pagador, por sua vez, é a instituição escolhida pelo FGC para fazer o pagamento dos valores destinados aos clientes.
História do FGC

Agora que você conhece o funcionamento geral do FGC, saiba que sua existência está relacionada à estabilidade do sistema financeiro. Afinal, essa é uma das principais preocupações de qualquer Governo.
É por isso que, desde a década de 1990, surgiu uma série de sistemas de proteção a investidores em todo o mundo. O Brasil entrou nessa lista em 1995, com a Resolução 2.197/1995, do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Nessa resolução, o CMN autorizou a “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras”. Depois, em 1995, foram aprovados o estatuto e o regulamento da nova entidade — o FGC.
O objetivo dessa entidade, desde sua criação, é prestar garantia de créditos contra as instituições associadas nas seguintes situações:
- decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial de instituição associada;
- reconhecimento, pelo Banco Central (Bacen), do estado de insolvência de instituição associada que, nos termos da legislação em vigor, não esteja sujeita aos regimes referidos no item anterior.
Além da garantia de créditos, o FGC se preocupa com a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e a prevenção de crises sistêmicas do sistema bancário.
Logo, tem a atribuição de contratar, em casos de necessidade, diferentes operações de assistência ou suporte financeiro, incluindo operações de liquidez com as instituições associadas. Essas questões contribuíram para a criação de um ecossistema mais saudável e que proporciona maior estabilidade financeira.
Atuação
Desde o início de sua operação, nos casos de intervenção ou falência de uma instituição financeira pelo Bacen, o FGC atua realizando o pagamento da garantia às pessoas físicas e jurídicas. Isso é válido para quem tem os depósitos elegíveis em cada instituição afetada.
O limite é definido pelo CMN e engloba todos os depósitos elegíveis à garantia, que pertencem a 99.7% dos investidores. A partir de 2008, e baseada na edição da Resolução 4.087/2012, a prevenção de crises passou a fazer parte da missão do FGC.
Contudo, a norma foi revogada pela Resolução 4.222/2013. Mesmo com as mudanças legais, ficou definido que o FGC também prestará suporte financeiro às instituições associadas, incluindo operações de liquidez.
Características do FGC
Para funcionar conforme a lei, o FGC apresenta características específicas e que norteiam sua atuação. Confira as características devem ser consideradas sobre ele:
- proteção explícita e cobertura limitada;
- adesão compulsória;
- financiamento privado;
- administração privada.
Quais instituições financeiras são associadas ao FGC?
Também é interessante conhecer a composição do FGC. Assim, os seus associados são a Caixa Econômica Federal, os bancos e financeiras.
Desse modo, também compõem o quadro da entidade:
- bancos de desenvolvimento;
- sociedades de crédito, financiamento e investimento;
- sociedades de crédito imobiliário;
- companhias hipotecárias;
- associações de poupança e empréstimo.
Quem administra o Fundo Garantidor de Créditos?
Para garantir o funcionamento transparente, o FGC é administrado de maneira privada e independente. Também há a divulgação de balanços periódicos e de informações que indicam a destinação dos recursos de capitalização.
Porém, para conhecer melhor a entidade, vale a pena saber mais sobre o conselho de administração:
Governança e Administração
O conselho de administração e a Diretoria Executiva são responsáveis pela administração e execução das atividades do FGC. Eles são compostos por profissionais independentes das instituições associadas.
Vale saber que os conselheiros e diretores estão sujeitos à aprovação de seus nomes pelo Bacen e ao compromisso de confidencialidade. O objetivo é evitar conflitos de interesse e manter a atuação transparente e embasada.
Quais os investimentos são garantidos pelo FGC?

Até aqui, você entendeu que o FGC oferece proteção a investimentos. No entanto, é essencial notar que a proteção não se estende a todas as opções disponíveis no mercado.
Primeiramente, o FGC está limitado a aplicações da renda fixa, onde existe certa previsibilidade quanto aos rendimentos. Em segundo lugar, apenas uma parte desses investimentos — e certas operações junto às instituições financeiras — têm a cobertura.
Conheça as alternativas protegidas, considerando as regras do Banco Central!
Poupança
A caderneta de poupança é o investimento mais tradicional. Ela funciona como uma conta bancária com rendimento que pode variar conforme a taxa básica de juros da economia, a Selic. Na prática, ela apresenta um retorno relativamente baixo em comparação a outras alternativas do mercado.
CDB
O Resolução 2.197/1995 é o certificado de depósito bancário. Esse é um título emitido por bancos e corretoras para captar recursos para fornecer linhas de crédito para terceiros. Com diferentes regras de rentabilidade, ela tende a ter um retorno mais competitivo e vantajoso que a poupança, com a mesma proteção do FGC.
LCI e LCA
Já a LCI e a LCA são as letras de crédito imobiliário e do agronegócio. Para o investidor, funcionam de maneira bastante semelhante ao CDB, com a diferença que os recursos captados financiam projetos nesses setores específicos. Também são protegidas pelo FGC, como CDBs e a poupança.
LC
As letras de câmbio (LC) também são títulos semelhantes ao CDB para o investidor. A diferença para um CDB é que as LCs são emitidas por uma financeira, e não por um banco ou corretora. Eles contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos para o mesmo valor de CDB, poupança, LCI e LCA.
Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
Os depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio são aqueles que fazem parte da conta corrente de um banco, por exemplo. Dessa forma, é o valor que um cliente dispõe na instituição financeira, mas que não está aplicado em investimentos de renda fixa.
Isso significa que, se um banco quebrar, os correntistas com valores em conta terão direito a receber o montante que ficou disponível, mas que não foi sacado.
RDBs
Sigla para recibo de depósito bancário, o RDB é um tipo de aplicação de renda fixa semelhante ao CDB. Porém, há duas diferenças principais: ele também pode ser emitido por sociedades de crédito, como cooperativas do segmento, e não é possível resgatá-lo antecipadamente, pois é intransferível.
Em relação à proteção, entretanto, ela é a mesma de outros títulos bancários. Portanto, existe a garantia no limite de FGC em caso de liquidação do emissor.
DPGE
O DPGE é a sigla para Depósito a Prazo com Garantia Especial. Esse é um título de renda fixa usado pelas próprias instituições financeiras que precisam captar recursos. Normalmente, é emitido por instituições de pequeno ou médio porte.
Ele tem prazos que variam de 6 a 36 meses e não pode ser resgatado antecipadamente. Também é coberto pelo FGC, mas se diferencia pela garantia, que pode chegar a até R$ 20 milhões. Isso acontece porque, em muitos casos, a aplicação mínima é de R$ 250 mil.
Qual o valor máximo garantido pelo FGC?
Outro ponto importante para conhecer é o valor máximo garantido pelo FGC. Na prática, o teto é de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira ou instituições financeiras do mesmo conglomerado financeiro.
Logo, o investidor com fundos superiores a essa quantia pode investir em diferentes instituições financeiras para ter mais proteção. Por exemplo, se você tem R$ 300 mil, é possível dividir esse valor em aplicações de diferentes instituições financeiras para proteger todo o montante.
Nesse caso, é preciso observar que existe um limite global de R$ 1 milhão, que se renova a cada 4 anos.
Existe alguma exceção em que o FGC garanta um valor maior?
Como você viu, o DPGE é a principal exceção em relação à cobertura do Fundo Garantidor de Créditos. É uma espécie de nova regra do FGC, já que o DPGE passou a existir em 2009.
Como visto, nessa aplicação, o valor coberto pode ser de até R$ 20 milhões, incluindo os rendimentos obtidos.
O que o FGC não garante?

Para conhecer o FGC, também é importante saber que ele não oferece garantia para todos os investimentos e operações. As alternativas que estiverem fora da lista acima ou créditos que ultrapassem o limite definido não têm cobertura.
Confira os principais investimentos que não são têm proteção do FGC:
- letras financeiras;
- debêntures;
- fundos de investimento de todos os tipos;
- certificados de recebíveis imobiliários (CRI);
- certificados de recebíveis do agronegócio (CRA);
- títulos do Tesouro Nacional (Tesouro Direto);
- ativos financeiros na bolsa de valores, como ações, e derivativos.
Vale destacar que a falta de cobertura nem sempre significa maior risco, pois existem alternativas com outros mecanismos de proteção. Ademais, mesmo nas opções mais arriscadas, o investimento pode ser interessante devido à relação entre risco e retorno.
Nesse caso, os riscos podem ser reduzidos com a adoção de alguns cuidados. Por exemplo, se você pretende alocar recursos em letras financeiras, debêntures e certificados de recebíveis, verifique o histórico e solidez do emissor antes de tomar uma decisão.
Já na bolsa de valores, os papéis em nome do investidor são garantidos pela Câmara de Ações, administrada pela B3, a bolsa brasileira. Nesse caso, basta transferir a custódia dos papéis para outra instituição financeira.
Além disso, na conta do banco de investimentos, até R$ 120 mil de saldo podem ser restituídos com base no Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos da B3. Lembre-se, contudo, que perdas oriundas das oscilações de mercado não são cobertas por esse mecanismo.
Por que o Tesouro Direto não tem cobertura do FGC?
Como você conferiu, os títulos públicos negociados no Tesouro Direto não têm proteção do FGC. Isso ocorre porque, na prática, a medida não é necessária, pois os títulos têm o chamado risco soberano.
Afinal, o Tesouro Nacional é o emissor dos títulos. Como o Governo é a única entidade que pode emitir dinheiro, teoricamente é possível imprimir mais cédulas para que o Tesouro pague os investidores. Então os investidores não ficariam sem seus recursos.
O risco que existe é conhecido como calote branco. Ele envolve a inflação que seria provocada por essa quantidade maior de valores no mercado. Porém, é preciso considerar que, para essa situação acontecer, todo o Sistema Financeiro Nacional seria afetado e estaria prejudicado.
Portanto, mesmo sem a cobertura do FGC, os títulos públicos são considerados os investimentos com maior segurança do mercado.
Por que aportes em fundos de investimentos não têm garantia do FGC?
Você também aprendeu que os fundos de investimento não têm garantia do FGC. Isso acontece devido à divisão entre o patrimônio da instituição financeira e o dos cotistas que formam o fundo.
Na prática, os fundos são entidades constituídas sob a forma de condomínios e seu patrimônio funciona de forma independente. Para tanto, eles ficam sujeitos à supervisão e acompanhamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Assim, se ocorrer a falência do administrador do fundo, uma assembleia poderá ser convocada para e optar por outra instituição financeira, sem prejuízo de seus investimentos.
É por isso que, ao investir em fundos de investimentos, a principal preocupação se relaciona com as condições e o regulamento do fundo.
Quais são as regras para cobertura?
Conhecendo mais sobre o fundo, fica fácil compreender as regras de cobertura. Portanto, o principal aspecto observado é se o depósito ou investimento se enquadra nas regras previstas. Debêntures, por exemplo, não são cobertas pelo FGC, ao contrário do CDB ou da poupança.
Ademais, é preciso observar o limite de valor do FGC. Somente montantes de até R$ 250 mil por CPF e conglomerado financeiro ficarão cobertos, observando também a situação do limite global.
Quem paga o FGC?
Quanto ao pagamento do FGC, ele é feito indiretamente pelas próprias instituições participantes. Afinal, os recursos utilizados são os ativos dos quais o fundo dispõe, com base nas contribuições obrigatórias de cada instituição.
Em termos operacionais, é o banco pagador que realiza as transferências para os clientes com direito ao recebimento. Logo, o FGC disponibiliza os recursos necessários, mas o pagamento, em si, é feito por uma instituição financeira escolhida.
Como receber do FGC?
Ao contrário do que muitos acreditam, o recebimento pelo FGC não depende da sua ação ou pedido. Dessa maneira, caso você invista em um título com direito à cobertura, o processo de recebimento será iniciado automaticamente.
Basta acompanhar os processos, como a divulgação dos nomes de quem receberá o pagamento e o montante. Após o prazo de execução das atividades, o valor será depositado na sua conta apontada, mediante comparecimento físico à agência do banco apontado.
O investidor precisa comprovar o investimento para receber do FGC?
Você já sabe que o processo acontece automaticamente. Então não é preciso conhecer meios de acionar o FGC ou solicitar o valor. Por isso, inicialmente, não é necessário comprovar o investimento.
A situação só muda se, com a divulgação de quem receberá os valores, você notar que seu nome não está na relação. Nesse caso, você deve buscar o liquidante para apresentar notas de corretagem que comprovem o investimento.
O que é termo de cessão e como funciona?
No processo de recebimento dos valores cobertos pelo FGC, há a elaboração do termo de cessão de créditos. Ele é um documento elaborado pela instituição a ser liquidada, onde são apresentados os pagamentos a serem feitos a credores e clientes.
A partir da elaboração desse termo, o processo de pagamento pode ocorrer de maneira estruturada, garantindo o depósito aos clientes com direito.
Como os investimentos são protegidos?
Como foi possível aprender, o FGC conta com um fundo comum custeado pelas instituições participantes. No caso de quebra ou falência de uma delas, os investidores com aplicações protegidas podem acionar a cobertura, quando válido. Porém, é sempre importante considerar o limite.
Se um cliente tiver R$ 400 mil investidos na mesma instituição, somente R$ 250 mil estarão protegidos. Portanto, pode ser interessante dividir os recursos entre diferentes conglomerados financeiros. Também convém notar que o valor máximo de cobertura do FGC já inclui os ganhos.
Logo, em vez de dividir R$ 250 mil em uma instituição e R$ 50 mil em outra de um conglomerado, deve-se pensar no rendimento e seu impacto no limite. Assim, é possível garantir que todos os recursos — tanto o montante inicial quanto os rendimentos — estejam sob proteção.
Se você está em dúvida sobre o que são conglomerados financeiros e quer ter certeza de que está deixando todo o seu dinheiro coberto pelo FGC, consulte a página do Banco Central.
Quais são os riscos de aplicar em ativos não cobertos pelo FGC?
Conforme você acompanhou, o FGC não cobre todos os investimentos do mercado. Nesse sentido, é comum se perguntar quais são os riscos de investir em uma aplicação sem essa proteção.
Aqui, vale saber que a falta de garantia do FGC aumenta o chamado risco de crédito. Então você estará sujeito a possíveis dificuldades que a emissora de um título pode enfrentar para realizar o pagamento — mesmo sendo uma alternativa de renda fixa.
Por outro lado, o aumento do risco de crédito pode aumentar o retorno. Diante disso, debêntures, CRIs e CRAs tendem a render mais que CDBs, LCIs e LCAs, por exemplo. Assim, ao fazer esse tipo de investimento, é essencial considerar seu perfil de investidor, objetivos financeiros e riscos gerais da sua carteira.
5 Curiosidades sobre o FGC

Você quer conhecer algumas das curiosidades de sua atuação? Na sequência, você encontrará peculiaridades desse fundo não governamental e sem fins lucrativos.
Confira!
1. O saldo do FGC é superior a R$ 57 bilhões
De acordo com o balanço patrimonial divulgado referente ao primeiro semestre de 2021, o FGC tinha um total de R$ 88,4 bilhões em ativos. O valor é quase 3% maior que em dezembro de 2020, quando os ativos somavam R$ 86 bilhões.
Esse montante serve como crédito para a cobertura das aplicações e dos depósitos que têm a cobertura do fundo.
2. Contas conjuntas têm limite único
Como você já conferiu, o saldo garantido é de R$ 250 mil por pessoa por CPF. Mas em contas conjuntas é preciso ter atenção, pois o crédito protegido vale para a conta toda, dividida por todos os seus titulares.
Assim, se um casal possui R$ 250 mil em uma conta conjunta em um banco, cada cônjuge terá direito a R$ 125 mil em caso de falência da instituição financeira.
3. Pagamentos podem levar mais de três meses
Mesmo que você esteja seguro em uma aplicação que conte com o aval do Fundo Garantidor de Créditos, pode levar um tempo até você conseguir receber o dinheiro de volta. Conforme o histórico do fundo, o tempo médio de espera flutua em torno de três meses.
4. Valor total deve incluir os juros
É fundamental ter em mente que os rendimentos obtidos pelo investimento devem ser somados ao valor original no caso da quebra da instituição financeira que oferece o título.
Se, por exemplo, você investir R$ 250 mil em um CDB e o emissor quebrar depois de dois anos, você não conseguirá recuperar esses dois anos de valorização e será restituído apenas pelo valor original.
5. Limite garantido era de R$ 60 mil
O limite do FGC já passou por três alterações. Em 2006, ele era de apenas R$ 60 mil. Em 2010, foi ampliado para R$ 70 mil. Finalmente, em 2013, o valor chegou aos atuais R$ 250 mil.
É preciso lembrar que o fundo surgiu apenas em 1995, sendo construído a partir de aportes mensais dos associados. Desse modo, quanto mais o tempo passa, mais forte se torna essa proteção. Como consequência, é possível que sejam feitos novos ajustes futuramente.
Como o FGC se capitaliza?
Ao estudar sobre o FGC, é necessário lembrar de que esse é um fundo privado. Logo, o dinheiro para mantê-lo é provido por instituições privadas, como os bancos comerciais, os bancos de desenvolvimento, as sociedades de crédito, etc.
Assim, uma das formas de levantar fundos para a instituição é a contribuição mensal das instituições associadas. Essa mensalidade é de 0,0125% sobre o montante dos saldos das contas que correspondem aos produtos garantidos pelo FGC, garantindo a capitalização do fundo.
Dados Financeiros
Para entender o impacto do FGC, também vale a pena conhecer quais são os dados financeiros desse fundo. Por isso, veja quais são informações interessantes a respeito dele!
Volumes do Sistema e cobertura do FGC
Em junho de 2021, o volume total de depósitos elegíveis à garantia do FGC era de R$ 3,2 trilhões. Nesse valor, estão incluídos todos os depósitos correspondentes aos produtos cobertos pelo FGC (conta corrente, CDB, LCI, LCA etc.).
Porém, como o FGC tem a limitação de R$ 250 mil reais por CPF e por instituição financeira, a cobertura total do FGC correspondia a 52,47% do montante total, somando R$ 1,7 trilhão.
Nessa linha, se analisarmos o número de clientes cobertos, chegamos em um índice de cobertura de 99,7% — isso alcança quase a totalidade dos clientes.
Em relação aos depósitos dentro da garantia do FGC, os de mais baixo valor representavam a maioria dos clientes. Confira o censo sobre depósitos elegíveis divulgados no primeiro semestre de 2021:
Contudo, embora depósitos e investimentos acima de R$ 250 mil representassem apenas 0,30% dos clientes, eles somavam mais de 56% em relação ao valor financeiro.
Em relação aos tipos de investimentos e depósitos, a maior concentração está nos depósitos a prazo, como os CDBs, com R$ 1,6 trilhão (o que corresponde a 50,28% do total). A poupança vem em segundo, com R$ 997 bilhões (ou 30,96% do total).
Já LCIs e LCAs, juntas, correspondem a quase 8% do mercado. Confira mais detalhes nos dados divulgados:
Atuação em 2021
No primeiro semestre de 2021, o Fundo Garantidor de Créditos pagou R$ 107,5 milhões em garantias relacionadas a credores — incluindo 88,3% dos investidores da principal instituição liquidada. Nesse período, os valores foram distribuídos entre quatro instituições principais:
- CHB Cia. Hipotecária;
- Dacasa Financeira CFI;
- Banco Neon;
- Domus Cia. Hipotecária.
Histórico de atuação
Desde o começo de sua atuação até o começo de outubro de 2021, o FGC precisou atuar, ao menos, 37 vezes. Ao total, mais de 4,2 milhões de clientes foram ressarcidos.
Até 2016, o valor despendido tinha sido de R$ 9,1 bilhões. Do total, 42% já foi recuperado — cerca de R$ 3,9 bilhões. Porém, a maior despesa até hoje do FGC foi a intervenção no Banco Bamerindus em 1997, com um montante de R$ 3,744 bilhões.
Em que prazo o FGC paga a garantia ao credor?
Assim que a instituição entra em falência, as tratativas para pagamento do FGC têm início. Mas até que os valores sejam creditados aos clientes podem demorar desde poucas semanas até meses. O prazo mínimo varia de 30 a 45 dias, mas costuma levar até 3 meses.
Entretanto, não existe um prazo máximo estipulado. Também vale notar que, enquanto o dinheiro não for pago, ele terá rendimentos. Ou seja, você receberá apenas o retorno calculado até o momento de início da liquidação.
Como é o processo de pagamento pelo FGC em caso de falência do banco?
Agora que você entende uma boa parte do funcionamento do Fundo Garantidor de Créditos, vale a pena descobrir como funciona a etapa de pagamento. Aprenda a seguir!
Para investimentos de até R$ 250 mil (cobertos pelo FGC)
O processo de pagamento pelo FGC se inicia assim que a instituição financeira declara falência ou sua liquidação.
A partir daí, o liquidante elabora uma relação com todos os clientes, seus dados e os valores aos quais têm direito a receber. Na sequência, o FGC escolhe um banco pagador, que fará o depósito dos valores mediante sua apresentação física na agência da instituição selecionada.
Para investimentos acima de R$ 250 mil (não cobertos pelo FGC)
À exceção dos DPGE, que segue o mesmo processo citado no tópico anterior, os investimentos acima de R$ 250 mil só são pagos dentro desse limite. Como consequência, o processo ocorre normalmente, com a diferença que apenas esse montante, no máximo, será pago aos clientes.
Retenção de imposto no FGC
Ainda em relação ao pagamento feito pelo FGC, vale notar que ocorre a retenção de Imposto de Renda, no caso dos investimentos tributáveis. A alíquota aplicável incide sobre o rendimento obtido, sendo recolhido automaticamente pelo a entidade.
Após o recebimento por parte do FGC, você receberá um informe de rendimentos. Logo, poderá completar a declaração de ajuste anual do Imposto de Renda para pessoa física (IRPF).
Como saber quando ocorre a liquidação ou intervenção da instituição financeira?
Como você viu, o processo de liquidação da emissora dos títulos é o ponto de partida para o recebimento dos valores cobertos. Essa etapa, especificamente, costuma ter início quando a instituição inicia sua recuperação judicial.
Logo em seguida, o FGC realiza uma intervenção para conferir os valores a pagar aos clientes e correntistas. Após essas etapas, inicia-se o processo de pagamento. Para saber as datas, é possível acompanhar os avisos da própria instituição, por meio do aplicativo e outros meios de contato.
FGC online: o que é?
Como parte da digitalização e simplificação de processos, foi instituído FGC online, que permite o resgate via app. Desse modo, é possível substituir a apresentação física no banco pagador, tornando o processo mais prático.
Como o BTG Pactual pode te ajudar

O BTG Pactual é o maior banco de investimentos da América Latina e faz parte das instituições associadas ao FGC. Então contribuímos para um sistema financeiro mais seguro, enquanto você conta com a garantia dos títulos que emitimos e que são protegidos pela entidade.
Para tanto, é possível escolher entre nossos diversos produtos de renda fixa com garantia do FGC, além de outros tipos de investimentos. Além disso, pode aproveitar a estrutura, excelência e experiência que oferecemos.
Conclusão
Agora você sabe que o FGC é uma entidade essencial para proteger o Sistema Financeiro Nacional, clientes e investidores de instituições financeiras. Com ele, é possível aproveitar mais segurança sobre diversos títulos de renda fixa, desde que as regras sejam observadas.
FONTE: https://www.btgpactualdigital.com/
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